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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
15
abr 2018
domingo 19h00 Coro da Osesp
Coro da Osesp e Julio Moretzsohn


Coro da Osesp
Julio Moretzsohn regente
Erika Muniz soprano
Solange Ferreira mezzo soprano
Luiz Guimarães tenor
João Vitor Ladeira barítono
Gabriel Levy acordeão
Fernando Tomimura piano
Ricardo Ballestero piano


Programação
Sujeita a
Alterações
Gioacchino ROSSINI
Petite Messe Solennelle
INGRESSOS
  R$ 57,00
  DOMINGO 15/ABR/2018 19h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
Notas de Programa

GIOACCHINO ROSSINI [1792-1868] /150 ANOS DE MORTE

Petite Messe Solennelle [1863]

KYRIE


GLORIA


ET IN TERRA PAX


GRATIAS


DOMINE DEUS


QUI TOLIS


QUONIAM TU SOLUS SANCTUS

CUM SANCTO SPIRITU


CREDO


CRUCIFIXUS


ET RESURREXIT


ET VITAM VENTURI


OFERTÓRIO: PRELÚDIO RELIGIOSO

SANCTUS


O SALUTARIS HOSTIA


AGNUS DEI

85 MIN
 

Gioacchino Rossini escreveu a Petite Messe Solennelle em 1863, 34 anos após ter produzido Guilherme Tell, sua última ópera. Designada, por ele mesmo, como o "último dos meus pecados da velhice", a Pequena Missa pode ser analisada como a obra de um genial compositor do período romântico, que dedicou sua vida quase que integralmente à produção de óperas, e também como uma obra que incorpora elementos estilísticos de períodos anteriores, de acordo com a tradição da música sacra dos séculos XVII e XVIII. A união destas características certamente é o que faz da Pequena Missa uma obra única do repertório coral, executada até os dias atuais.


Sua estreia se deu em 14 de março de 1864, em Paris, na capela privada do palacete do Conde Pillet-Will, provavelmente comissionada por este. Na última página do manuscrito da Pequena Missa, o próprio Rossini deixou a dedicatória “Bom Deus... ei-la terminada, esta pobre pequena missa. Será música sagrada o que acabo de fazer ou será música maldita [sacrílega]? Nasci para a ópera-bufa, tu bens sabes! Um pouco de ciência [saber musical], um pouco de coração [emoção], eis tudo. Sê bendito portanto e me concede o Paraíso”.


A obra foi concebida originalmente para um coro de doze vozes, quatro solistas, dois pianos e harmônio. A partitura original traz a informação: “Doze cantores de três sexos — homens, mulheres e castrati — serão suficientes para a execução; a saber, oito para o coro, quatro para os solos, total de doze querubins”. É possível que a indicação “Pequena”, no título da obra, refira-se a esse pequeno efetivo, já que sua duração é de aproximadamente uma hora e meia. Alguns autores mais recentes têm afirmado que a intenção original de Rossini era de que, opcionalmente, um acordeão pudesse ser utilizado no lugar do harmônio. Atualmente, é possível encontrarmos alguns registros de performances da obra onde este instrumento é utilizado.


O termo adotado por Rossini, Missa Solene, surgiu no final do período barroco e refere-se à obra na qual cada canto do ordinário da missa - “Kyrie”, “Gloria”, “Credo”, “Sanctus” e “Agnus Dei” - apresenta-se dividido em seções e movimentos contrastantes. Missa Concertante ou Missa Cantata são outros termos bastante usados para este tipo de obra, onde o compositor procura mobilizar o ouvinte, relacionando o conteúdo expressivo do texto a recursos musicais. A alternância entre seções de textura vocal, com árias para solo, coros homofônicos ou polifônicos (remetendo a uma escrita antiga), andamentos lentos e rápidos, compassos diversos e formações instrumentais, tinha como objetivo diferenciar seções festivas e alegres de seções introspectivas e tristes. Essa perspectiva do pensamento barroco certamente pode ser observada ao longo da obra.


A Pequena Missa Solene é o verdadeiro testamento musical de Rossini. Ele se valeu de toda sua capacidade musical, todo o seu fervor e também de toda a sua audácia, impondo sua personalidade e criando uma obra com sua inegável assinatura estilística.


JULIO MORETZSOHN

Convidado da Temporada
 Osesp 2018.

 


Leia um excerto do ensaio "Prefácio a Vida de Rossini", de Lorenzo Mammì, aqui.


Leia o ensaio "Signor Tambourossini", de Larry Wolff, aqui.